Não é por querer vitória. É por
querer vontade. Uma paixão fulminante que domina esse querer. Por prazer, alimento as expectativas, viajo
nos meus sonhos, e entendo que tudo pode acontecer. As batidas do meu coração
me ensinam a amar, os meus olhos a admirar, e a meu grito me mostra o poder.
Sentado, em pé, pulando. Assim, não me noto um bobo, minha energia na mais alta
tensão da alegria. De ser quem sou, e assim, viver.
Isso não é herança de família. Meu
pai não gostava de torcer, nem de ver. Vivendo e aprendendo, assim eu entendi,
quando as lagrimas caíram do rosto daquele homem, um senhor com um rádio no
ouvido que mal tinha o que vestir, mas se via a felicidade em seu sorrir. Perguntar o que acontecera não ia adiantar. O
que importa? É campeão. Um clima bom no ar. Não esqueço, o senhor parecia
flutuar. Eu quero isso.
Torcer é como uma bomba prestes a
explodir. A euforia de um namoro adolescente. A alegria de uma criança antes de
pegar em seu presente. É o lançamento de um foguete sem contagem regressiva. O
momento em que você descobre em que lado você está, qual o time que se vai
acomodar em seu coração, é um dia inesquecível na vida de um torcedor. Parece
futilidade. Algo descartável. Mas nenhuma paixão o é. Tudo que produz alegria é
essencial para esse mundo.
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