sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ele não me representa

           Quando ainda era um jovem de 18 anos passei por uma experiência muito marcante em minha vida. Fui convidado para participar de um retiro evangélico na Semana Santa. De início, achei nada atraente, pois em minha cabeça, os chamados “crentes” eram pessoas chatas, com uma bíblia debaixo do braço, e gritando “Xô satanás”. Mas acabei aceitando o convite, pois imaginei que teria algumas gatinhas por lá. Fui completamente surpreendido. De todas as formas que alguém pode o ser. Naquele lugar senti a real presença de Deus. Minha vida mudou ali, a minha fé se tornou latente na minha alma, descobri que como o vento não o vemos, mas ele está ali. Presente. Vigilante. Intenso.

          Por algum tempo, frequentei a igreja evangélica. Lá na quarta para o estudo bíblico, no sábado no culto jovem, e no tradicional culto dominical. Precisava conhecer mais a fundo minha própria fé. Essa tem que ser trabalhada, assim como os músculos e a mente, o nosso espírito é sempre sedento da verdade. Nem preciso dizer que estava completamente enganado em relação aos “crentes” evangélicos, arrisco-me dizer que vejo mais sentido na paixão do seu louvor, do que no grito de muitos fãs de alguns artistas que estão disponíveis nas vitrines da vida.

          Hoje me sinto uma pessoa muito madura espiritualmente. Participo de missas, cultos, ou qualquer ambiente que glorifique a Deus e o seu filho, Jesus Cristo. Escuto pessoas que falem da importância do amor, da família, das amizades, da nossa indiscutível igualdade neste plano. Todos sangram, choram, sofrem, sorriem, se alegram. Alguns têm dinheiro, outros amigos, e assim a vida segue o seu rumo. Hora de plantar e  colher. E tudo que você emana do seu interior, retorna de modo perfeito, com a mesma intensidade. É simples. Assim eu creio.

          Então, não tenho tempo para ficar dando importância ao que o Deputado Marco Feliciano fala. Ele envergonha os verdadeiros cristãos. Diante de tanta baboseira, a única coisa que me preocupa é ele estar à frente da Comissão de Direitos Humanos. Para uma pessoa que afirma que os negros são azarados, e amaldiçoados. Um homem que diz que os três tiros disparados contra o ex-líder dos Beatles, John Lennon, foi em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Um “pastor” que entende que os milagres de Deus estão condicionados ao número da senha do meu e do seu cartão de crédito.  Esse cara não pode estar em uma posição de representar-nos. Ele não me representa, não representa a Deus, ele representa os seus próprios interesses. Talvez o circo, com tanta palhaçada que faz em suas pregações. O evangelho nada tem a ver com esse homem, por favor não generalizem. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário