sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sozinho na multidão do Facebook

       Eu acho que te conheço. Lembro de algumas conversas que tive contigo. Senti muito quando você perdeu o seu avô, sua tristeza, ele parecia ser uma boa pessoa. Acompanhei a sua luta para passar naquele concurso, as palavras de incentivo da sua mãe, dos seus irmãos. Fiquei feliz quando vi o nascimento do teu filho, como é mesmo o nome dele? Ainda bem que deu tudo certo. Aquelas fotos suas dentro da sala de cirurgia foi hilário. E emocionante. Acho que a minha mulher conhece a tua, ou tem amigos em comum, sei lá. O bom é isso, aqui todo mundo se conhece.

       Sinto como se fôssemos amigos de infância. Estranho, mas nunca fala comigo quando nos encontramos na rua. Será que não me reconhece? Ele parece ser tão gente boa – assim penso eu. Sei de tantas coisas da sua vida, a de outras tantas, mas sinto um abismo entre nós, será a internet uma ilusão criada para consagrar a solidão? Ou para inventar uma intimidade falsa, ou melhor, uma identidade falsa?

       As pessoas são mais legais quando estão de frente para a tela de um computador. Acho que o olho no olho é muita intimidação para alguns. Acredito que foi preciso o homem criar todos esses aparelhos modernos de comunicação a distância para perceber que o problema está nos que estão próximos. As pessoas simplesmente desaprenderam a conversar de corpo presente, ou estão nesse processo. É uma pena, por que a risada é muito mais gostosa alta e ao alcance. Compartilhar bons momentos estão a anos luz de compartilhamento de uma foto ou vídeo. As pessoas estão preferindo viver em seu mundinho perfeito na internet, do que enfrentar as variantes do mundo real. A covardia vai ganhando espaço, e a banalidade também. O termo “amar” está tão verdadeiro quanto o sabor morango daquelas garrafinhas congeladas vendidas na praia. A infidelidade está quase na moda, se não fosse politicamente incorreta.

       Ainda tem as pessoas que querem conhecer o seu grande amor no facebook, Não adianta reclamar dos homens que só querem o seu corpo, se é só isso que você expõe. Ou meus caros companheiros, não adianta achar ruim mulheres que só querem o seu dinheiro, se é só isso que vocês mostram que tem. Se você exibe o superficial é isso que vai atrair.

       O que é mais importante? Quantidade ou qualidade? Mentira ou verdade? Aparência ou essência? Você é quem decide. E saiba, você é fruto das suas escolhas. Tanto no mundo real quanto no virtual, na verdade eram para serem a mesma coisa.

NO STRESS

Bum! Eis o barulho que ecoa em nossas cabeças em momentos de turbulência. Tudo está em plena ordem, quando de repente o céu cai sobre nós. Ás vezes com aviso prévio outras não. Mas o que importa, não é verdade?

          Existem situações que põe a prova a nossa capacidade. De reação, de suportar, de administrar, de reconhecer. Algumas coisas dão certo, e outras dão errado. Algumas encontramos a falha, e outras não. Na derrota, amadurecemos. Na vitória, nos enaltecemos. Mas cuidado, aproxime ao máximo o seus pés do chão. O bastante para diminuir os riscos e o suficiente para sentir o momento de tomar impulso. Nem mais, nem menos.

          “Quem sempre quer vitória, perde a glória de chorar.” Assim, como em uma letra de música, eu falo sobre as insistentes pessoas que tem vergonha da derrota. Onde o orgulho impera, o bom senso se esconde. Cicatrizes são importantes para o seu fortalecimento, servem para lembrar o caminho que te trouxe até aqui. Aonde te feriram, como, e o que teve que passar para a sua recuperação. O corpo se transforma, a mente se transforma, você. Mar calmo nunca fizera bom marinheiro. Navegar é preciso, correr riscos também. Só ganha quem perde, só comemora quem batalha, só vive quem tem amor. Só ama quem tem corajem. Tenho dito.
          Entendam: É na adversidade que o verdadeiro vem á tona. Não se enganem, na vitoria todo mundo é contigo. Quem não queria? Não fique triste quando algo da errado. Louvem a Deus, o que ele te mostra com isso é algo sem preço. Tem que ter fé. Tem que ter amor.

Raposa apaixonada


          Preto e vermelho são cores que me acompanharam durante toda a vida, desde que me lembro. Existe algo latente nessas tonalidades que me fascinam e me instigam. Não sei bem o que é, mas de repente, garra e paixão. Força e sangue. Intenso e insano. Rubro-negro. Essa é a minha camisa.

         Esse final de semana assisti ao jogo do Campinense na final do campeonato nordestino. Fazia tempo que não entrava em um estádio de futebol para ver uma final. E ainda mais, com um time paraibano. Sempre admirei as torcidas que são apaixonadas, intensas. Confesso que adquiri um sentimento pelo time do campinense. Pelas cores da sua camisa, pela sua raça em campo, e por a sua torcida. Sou flamengo, desde que meu tio me veio com um palito de picolé premiado, e com a seguinte frase: “Só dou se for Flamengo”. E assim meu coração se decidiu para que time torcer. Meio mercenário, digamos assim, mas na inocência de sua vida, totalmente verdadeiro.

Me deixa um pouco triste o fato de nós, pessoenses, ou pelo menos a maioria, não dar muito valor, ou não acompanhar o Botafogo da Paraíba. Time com uma tradição de encher os nossos peitos de orgulho. Muitos títulos, jogos que entraram para a história, como a vitória em cima de grandes times, como o Flamengo em pleno Maracanã. Acredito que quando se toma o poder por muito tempo, perde-se o interesse fundamentalista do cargo, e a preocupação sempre é em se manter no mesmo. Queria muito ver o Belo em tempos de glória novamente, com uma boa equipe lutando pelo coletivo, pelo escudo. Diretoria, jogadores, e o poder público apoiando. Daria muita alegria para nós.

          O Campinense foi campeão. Ganhou de dois a zero. Foi um jogo bonito de se ver. Os “raposeiros” fizeram o dever de casa e não pararam de gritar um só minuto. É uma sensação inigualável fazer parte do silêncio antes do “viiix” ou do gol. Fico imaginando a emoção que é marcar um gol em um estádio lotado. Não me esqueço nem dos que fiz em peladas com os amigos, imagina em uma final de campeonato com uma torcida explodindo? Sempre aparecem os “figuras”, pessoas que são meio loucas, com alguma estravagância, mas nada fora do comum em uma partida de futebol. Em algum momento percebi as pessoas meio inquietas diante da politicagem que envolvia esse grande evento. Demoradas, chatas e desnecessárias. Solenidades, congratulações para promover alguns figurões. Rolaram vaias é lógico. Aplausos ficaram a mercê dos bajuladores e interesseiros de plantão.


          Hulk, jogador paraibano, que agora está jogando na Rússia, em um dos seus gols pela seleção brasileira, fez uma linda homenagem ao nosso estado. Levantou a camisa para mostrar o seu amor e consideração por suas origens. “100% Paraíba” era o que dizia. Assim eu me sinto, feliz por poder sentir essa energia dos raposeiros, em gritar gol juntamente com esses apaixonados. Ver a alegria de cada um por um título inédito. E na vida é isso que vale, compartilhar a alegria, fazer parte dela, ver que felicidade nada tem a ver com dinheiro e sim com paixão. Valente Raposa. Avante!

O Conde de Monte Cristo


          Muitos conhecem a história de Edmund Dantés. Um marinheiro humilde que sonhara em se casar com uma linda garota chamada Mercedes. Ele foi traído pelo seu melhor “amigo” Fernand, que o armou uma cilada, ele foi condenado a ficar preso para o resto da vida, deixando o caminho livre para roubar-lhe a sua amada. Edmund escapa da prisão, encontra um tesouro, e se torna um Conde, dando início ao seu plano de vingança contra os que o apunhalaram pelas costas. Essa é uma menção a um romance da literatura francesa, “O Conde de Monte Cristo”, escrito por Alexandre Dumas, em 1844, este que também foi o autor de “Os Três Mosqueteiros”, com sua famosa frase: um por todos, e todos por um. Faço alusão a essas obras, pois a primeira nos mostra a natureza destrutiva da inveja e da vingança, e a segunda o sentimento verdadeiro de união e cumplicidade.

          Existe uma história real de um homem sonhador. Roberto Santiago nasceu em berço esplêndido, em meio a muito trabalho, empreendimentos, barulho de máquinas, e muito café. O seu pai, Divaldo Nóbrega, um visionário, que lhe ensinara palavras como, humildade, caráter e família. Como todo homem de negócios bem sucedido, era invejado por muitos, dos quais torciam noite e dia por sua queda. E ela aconteceu. A falência das empresas da família foi inevitável. Segundo Roberto, o maior erro de seu pai era a confiança que depositava em demasia nas pessoas. O que custou caro para ele, um dos maiores empreendedores de seu tempo. Mas, uma coisa era certa: se podia perder dinheiro, mas nunca o conhecimento, a vontade, e os sonhos. Essas foram às ferramentas usadas pelo jovem Roberto Santiago para dar a volta por cima. Começo vendendo terrenos dos outros, depois capitalizado, vendeu seus próprios terrenos. Depois de vender aproximadamente 60 mil lotes e promover alguns bingos, armazenou dinheiro, contou com o apoio do então gerente do banco Itaú, José Dias Filho, e voa lá – nasce o projeto de construção de uma galeria de lojas, ou o MANAÍRA SHOPPING – um empreendimento arrojado, digno de um homem que olha a vida nos olhos, e não tem medo de encarar o seu destino. Mas é claro que surgiram frases do tipo: “Não vai dar certo”, ou “Ele está sonhando alto demais, vai se esborrachar”. Pessoas assim são covardes e pensam que todos nós somos.

          Preciso comentar o desfecho dessa história? Acho que não. O que seria da nossa cidade sem o Manaíra Shopping? Ou melhor, sem um sonhador como Roberto Santiago?

          Vem correndo na internet, histórias deturpadas sobre esse empresário. Desde que me conheço por gente, escuto comentários maldoso sobre ele e sua família. Apenas por ser uma pessoa bem sucedida. Engraçado que essas pessoas nutrem uma inveja por sua riqueza, mas não pelo trabalho responsável por ela. Se pensarmos bem, ninguém é realmente digno de inveja, mas muitos são dignos de lástimas. Não devemos atirar pedras nos filhos de nossa terra, esses que nos orgulham pela sua capacidade de empreender, e de amar ao próximo. Meu pai o conhece bem, e me emociona a forma com que se refere a ele. Assim como o conde de Monte Cristo, a sua família sempre foi alvo de inveja, e diante de tudo o que o acusam, não é capaz de pensamentos negativos contra os que o alvejam, pois como no passado, o pai dissera: “Todos se destruirão por si só, e pagarão em dobro”. E não esqueçam: a inveja é a falta de fé em nós mesmos. Torçam por ele. Lutem com ele. Cresçam com ele. Um por todos, e todos por um.

Sertão, minha admiração.


           Quando olhei a terra ardendo, eu vi mais do que queria. Como se pode viver sem água? Apenas os olhos a conhecem bem, lágrimas se confundem com o sorriso e a fé em Deus. A chuva que decidiu não cair por mais de dois anos, deixando os sertanejos, que sobrevivem em meio a ossadas do seu sustento, ao alento em busca de ar para continuar vivendo.

               Eu perguntei a Deus do céu por que tamanha judiação. Um povo de coração nobre, criado a base de conceitos familiares, aonde se pede benção dos mais velhos, e as crianças aprendem o valor do trabalho duro desde cedo. A enxada é a arma que possuem para cultivar a vida, o suor, e o respeito. Alguns pensam que são pobres coitados, mas são mais felizes do que muitos empresários que conheço.

         Água é riqueza. Nós da cidade, ainda não conseguimos entender o que isso significa, pois a desperdiçamos com frequência. Banhos demorados, torneira aberta, mangueira ligada. Na abundância de água, o tolo sente sede, pois com a sua ignorância não consegue notar a realidade na qual está inserido. Mas, quem mora no sertão conhece exatamente a sua importância para a humanidade. Na escassez de qualquer recurso, se sente a falta devida. Da sua terra. Família. Da sua vida. Pois “inté” mesmo a asa branca bateu asas no sertão. E voou.

          Uma grande polêmica. A transposição do “Velho Chico” irrigaria os lugares mais atingidos pela seca. A obra era para ser entregue no fim do ano passado, mas menos da metade foi concluído, e já custa mais do que o dobro previsto. Nós pagamos essa conta com dinheiro, e os que precisam da água pagam com a vida, dos seus bois e vacas. A sua.

          O sertão. Terra de gente trabalhadora. Querem achar a sua “Rosinha” para casar, ter filhos, e possuir um pedaço de terra para criá-los. Com os pés no chão, que antes era um rio, com o coração encharcado de lágrimas, que antes era fogueira de São João. Carregando no lombo do seu alazão todo o amor pela sua terra e sua origem, e o cansaço de uma vida nem sempre justa, mas simples e honesta. A espera de dias melhores para os nossos irmãos. Exemplos de superação. Figuras da minha admiração.  

A promessa

Meu pai sempre falou que quando eu tivesse o meu filho eu ia entender. Mas o que?

          Quando fiquei sabendo que a minha então namorada estava grávida, fiquei um tanto atônito. Não compreendi o que, de fato, estava acontecendo, e nem em que isso acarretaria na minha vida daquele momento em diante. Foi assustador, mas continuei tranquilo, pois o que viesse pela frente, tinha a certeza que tiraria de letra. Mas mesmo assim, o futuro. Mistério. Sempre.

          Lembro-me quando vi a pequena semente na modernidade tecnológica do meu tempo. Já sentia alguma coisa, mas ainda não sabia o que era. Mais tarde, descobri que era um menino. Que felicidade! Já começava a fazer planos, e o incógnito futuro aparecera em flertes na minha imaginação de prematuro pai. Mãos. Pés. Cabeça. E o coração, pequeno, mas intenso. Batidas muito rápidas, o dele. O meu. A eternidade.

          Logo nos primeiros cinco meses de gestação, um percalço. Flavia, agora minha mulher, com três centímetros de dilatação, o meu pequeno fruto, apressadamente querendo cair do pé. Mas, dificilmente, o seu frágil, mas valente coração, suportaria a prematuridade do seu nascimento. Então, dez dias deitada na cama, e mais alguns remédios para impedir que ele nascesse antes da hora. Mas nada era certo, dúvida dos médicos. Fé. Uma promessa.

          Hoje é uma data muito especial. Ela significa para mim tudo, tempo e espaço. Alfa e o ômega. Vitória e Sucesso. Uma emoção inexplicável. O pensar. O Agir. O transcender. E mais do que tudo, o acreditar. Foi a fé que me trouxe até aqui, e é ela que me deixa firme na vida e nos meus princípios. Hoje cumpri a minha promessa, que era passar um ano sem ingerir nenhuma qualidade de bebida alcoólica caso o meu filho nascesse com saúde. Parece uma coisa banal, mas cumpri-la me faz refletir, o que Deus significa realmente para mim. Parabéns meu filho, por seu primeiro ano, e por me mostrar que você me dá forças para atravessar qualquer desafio ou obstáculo. Te amo, sempre. Minha vida. Seu pai.

          Meu pai sempre falou que quando eu tivesse o meu filho eu ia entender. Mas o que?

          Eu ainda não sei, mas a cada noite que o coloco para dormir, a cada manhã que vejo o seu sorriso, a cada pranto seu que acalento, e a cada troca de olhares, percebo que estou no caminho certo para descobrir a resposta. Eu chego lá.

Falta de respeito, crime!


          Eu sempre defendi a liberdade de expressão. Acredito que todas as pessoas têm o direito de expressar as suas idéias e divulgá-las da forma que lhes convém. Salvo algumas bocas cheias de preconceito, que graças as nossas leis, agora são punidas com os rigores desta. Mas, o que dizer das pessoas que falam e mostram a sua total falta de empatia, a total falta de solidariedade, e a total falta de compaixão? Como pode as pessoas não se sensibilizarem com centenas de corpos de jovens no chão, com famílias desesperadas, e ainda por cima tirarem sarro da situação? Li na web comentários tão pequenos e vazios debochando das vítimas da boate Kiss em santa Maria no Rio Grande do Sul. Adolescentes comparando o acontecido a um churrasco gaúcho de domingo, ou falando que a referida boate é a mais quente do país. Quanta falta de humanidade, irmandade ou qualquer coisa que termine com ade e que promova algum sentimento lascivo fraterno nesse mundo.
          O centro da ignorância está em pessoas que não conseguem se colocar no lugar das outras. Não possuem o mínimo de respeito pelo próximo. Nem por si. É lamentável, mas acredito que os culpados são os pais, por que isso se ensina quando são crianças, pois é à base do caráter de qualquer cidadão de bem. Alguns podem até discordar de mim, mas essa “lição” “passou batida” dentro da casa desses jovens.
          Agora me vem uma questão na cabeça: será que comportamentos como esse não é para serem considerados crime tanto quanto comentários homo fóbicos? Atitudes como essa não ferem a moral das famílias envolvidas? A falta de humanidade deveria ser punido com cadeia, multa e serviços comunitários. O que diferencia uma pessoa negra ser chamada de macaco, de pais de um jovem morto em um incêndio ter o mesmo  chamado de churrasco? São arruaceiros, gente que cospe em cima do luto e no sofrimento alheio. Indiferentes a sua própria natureza. Infelizes.
          Acompanho o caso de Santa Maria, mas o que me chama mais atenção não são os laudos da polícia, ou as investigações sobre os culpados, fatores e etc. Claro que se tem que averiguar isso, para que outros incidentes como esse não voltem a tirar as vidas de outros jovens. Mas direciono a minha importância aos familiares, cada um com sua história, cada um com a sua lágrima. Sua perda, imensurável. Deixo aqui o meu silêncio em respeito ás vítimas, e o meu protesto aos criminosos e desocupados que não conseguem ficar de boca calada. Falam demais por não ter nada a dizer.