sexta-feira, 17 de maio de 2013

Raposa apaixonada


          Preto e vermelho são cores que me acompanharam durante toda a vida, desde que me lembro. Existe algo latente nessas tonalidades que me fascinam e me instigam. Não sei bem o que é, mas de repente, garra e paixão. Força e sangue. Intenso e insano. Rubro-negro. Essa é a minha camisa.

         Esse final de semana assisti ao jogo do Campinense na final do campeonato nordestino. Fazia tempo que não entrava em um estádio de futebol para ver uma final. E ainda mais, com um time paraibano. Sempre admirei as torcidas que são apaixonadas, intensas. Confesso que adquiri um sentimento pelo time do campinense. Pelas cores da sua camisa, pela sua raça em campo, e por a sua torcida. Sou flamengo, desde que meu tio me veio com um palito de picolé premiado, e com a seguinte frase: “Só dou se for Flamengo”. E assim meu coração se decidiu para que time torcer. Meio mercenário, digamos assim, mas na inocência de sua vida, totalmente verdadeiro.

Me deixa um pouco triste o fato de nós, pessoenses, ou pelo menos a maioria, não dar muito valor, ou não acompanhar o Botafogo da Paraíba. Time com uma tradição de encher os nossos peitos de orgulho. Muitos títulos, jogos que entraram para a história, como a vitória em cima de grandes times, como o Flamengo em pleno Maracanã. Acredito que quando se toma o poder por muito tempo, perde-se o interesse fundamentalista do cargo, e a preocupação sempre é em se manter no mesmo. Queria muito ver o Belo em tempos de glória novamente, com uma boa equipe lutando pelo coletivo, pelo escudo. Diretoria, jogadores, e o poder público apoiando. Daria muita alegria para nós.

          O Campinense foi campeão. Ganhou de dois a zero. Foi um jogo bonito de se ver. Os “raposeiros” fizeram o dever de casa e não pararam de gritar um só minuto. É uma sensação inigualável fazer parte do silêncio antes do “viiix” ou do gol. Fico imaginando a emoção que é marcar um gol em um estádio lotado. Não me esqueço nem dos que fiz em peladas com os amigos, imagina em uma final de campeonato com uma torcida explodindo? Sempre aparecem os “figuras”, pessoas que são meio loucas, com alguma estravagância, mas nada fora do comum em uma partida de futebol. Em algum momento percebi as pessoas meio inquietas diante da politicagem que envolvia esse grande evento. Demoradas, chatas e desnecessárias. Solenidades, congratulações para promover alguns figurões. Rolaram vaias é lógico. Aplausos ficaram a mercê dos bajuladores e interesseiros de plantão.


          Hulk, jogador paraibano, que agora está jogando na Rússia, em um dos seus gols pela seleção brasileira, fez uma linda homenagem ao nosso estado. Levantou a camisa para mostrar o seu amor e consideração por suas origens. “100% Paraíba” era o que dizia. Assim eu me sinto, feliz por poder sentir essa energia dos raposeiros, em gritar gol juntamente com esses apaixonados. Ver a alegria de cada um por um título inédito. E na vida é isso que vale, compartilhar a alegria, fazer parte dela, ver que felicidade nada tem a ver com dinheiro e sim com paixão. Valente Raposa. Avante!

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