Preto e
vermelho são cores que me acompanharam durante toda a vida, desde que me
lembro. Existe algo latente nessas tonalidades que me fascinam e me instigam.
Não sei bem o que é, mas de repente, garra e paixão. Força e sangue. Intenso e
insano. Rubro-negro. Essa é a minha camisa.
Esse final de semana assisti ao jogo do Campinense na final do campeonato
nordestino. Fazia tempo que não entrava em um estádio de futebol para ver uma
final. E ainda mais, com um time paraibano. Sempre admirei as torcidas que são
apaixonadas, intensas. Confesso que adquiri um sentimento pelo time do
campinense. Pelas cores da sua camisa, pela sua raça em campo, e por a sua
torcida. Sou flamengo, desde que meu tio me veio com um palito de picolé
premiado, e com a seguinte frase: “Só dou se for Flamengo”. E assim meu coração
se decidiu para que time torcer. Meio mercenário, digamos assim, mas na
inocência de sua vida, totalmente verdadeiro.
Me deixa um
pouco triste o fato de nós, pessoenses, ou pelo menos a maioria, não dar muito
valor, ou não acompanhar o Botafogo da Paraíba. Time com uma tradição de encher
os nossos peitos de orgulho. Muitos títulos, jogos que entraram para a
história, como a vitória em cima de grandes times, como o Flamengo em pleno
Maracanã. Acredito que quando se toma o poder por muito tempo, perde-se o
interesse fundamentalista do cargo, e a preocupação sempre é em se manter no
mesmo. Queria muito ver o Belo em tempos de glória novamente, com uma boa
equipe lutando pelo coletivo, pelo escudo. Diretoria, jogadores, e o poder
público apoiando. Daria muita alegria para nós.
O Campinense
foi campeão. Ganhou de dois a zero. Foi um jogo bonito de se ver. Os
“raposeiros” fizeram o dever de casa e não pararam de gritar um só minuto. É
uma sensação inigualável fazer parte do silêncio antes do “viiix” ou do gol.
Fico imaginando a emoção que é marcar um gol em um estádio lotado. Não me
esqueço nem dos que fiz em peladas com os amigos, imagina em uma final de
campeonato com uma torcida explodindo? Sempre aparecem os “figuras”, pessoas
que são meio loucas, com alguma estravagância, mas nada fora do comum em uma
partida de futebol. Em algum momento percebi as pessoas meio inquietas diante
da politicagem que envolvia esse grande evento. Demoradas, chatas e
desnecessárias. Solenidades, congratulações para promover alguns figurões.
Rolaram vaias é lógico. Aplausos ficaram a mercê dos bajuladores e
interesseiros de plantão.
Hulk, jogador paraibano, que agora está jogando
na Rússia, em um dos seus gols pela seleção brasileira, fez uma linda homenagem
ao nosso estado. Levantou a camisa para mostrar o seu amor e consideração por
suas origens. “100% Paraíba” era o que dizia. Assim eu me sinto, feliz por
poder sentir essa energia dos raposeiros, em gritar gol juntamente com esses
apaixonados. Ver a alegria de cada um por um título inédito. E na vida é isso
que vale, compartilhar a alegria, fazer parte dela, ver que felicidade nada tem
a ver com dinheiro e sim com paixão. Valente Raposa. Avante!
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