sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ter fé


        Sempre achei que ter fé era a mesma coisa que ter religião. Escolher. Viver de acordo. Eu não entendia, simplesmente seguia os meus pais em suas crenças. Mas o tempo passa e nós vamos criando as nossas próprias convicções, procurando sempre um caminho que se enquadre em nosso conceito do real. Acreditar. Como vento, sei que existe, mas não posso ver.

          Nós não nascemos com fé, isto está relacionado com maturidade, com construção.  Eu não posso achar que sou um homem de fé, eu preciso saber disso. Eu tenho que busca-la, da mesma forma que procuro o ar quando estou sufocado.  A fé é intrínseca, isto é, de dentro para fora, ela precisa de uma base muito forte de sustentação, uma fonte que a alimente, e um coração firme, que a proteja.

          Todos nós acreditamos em algo. Até os que dizem que não acreditam em nada, em alguma situação contam com a esperança. Esperar que algo aconteça, é ter fé. Querer que os seus filhos cresçam e se tornem boas pessoas, é ter fé. Ver um amigo muito doente, e torcer para que se recupere, é ter fé.

          Eu não estou aqui para falar de religiões. Eu tenho a minha, e não julgo ser mais importante do que as outras. Acho que cada um segue o caminho que parece certo. Acredita no que quer, e vive a sua vida de acordo com os parâmetros de seus valores. Precisamos é olhar mais para o céu, para o infinito, para notarmos que existem coisas mais importantes do que as coisas que fazemos todos os dias, notarmos que não existem certezas absolutas das quais muitas vezes nos gabamos em pensar saber. Que independente da religião A, B ou C, todos buscam uma mesma resposta, pois no final das contas a fé é o que importa.


          A fé é um estado de transformação. É íntimo. Pessoal. Só posso falar por mim. Tive experiências maravilhosas em que consegui compreender o que isso significa. Sou feliz por sentir a existência de um algo mais. Algo que está no amor entre pai e filho, que está em um sorriso de uma criança, em um abraço entre irmãos, ou num simples amanhecer. Como o vento, sei que existe, mas não posso ver. O essencial é invisível aos olhos. 

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