sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sozinho na multidão do Facebook

       Eu acho que te conheço. Lembro de algumas conversas que tive contigo. Senti muito quando você perdeu o seu avô, sua tristeza, ele parecia ser uma boa pessoa. Acompanhei a sua luta para passar naquele concurso, as palavras de incentivo da sua mãe, dos seus irmãos. Fiquei feliz quando vi o nascimento do teu filho, como é mesmo o nome dele? Ainda bem que deu tudo certo. Aquelas fotos suas dentro da sala de cirurgia foi hilário. E emocionante. Acho que a minha mulher conhece a tua, ou tem amigos em comum, sei lá. O bom é isso, aqui todo mundo se conhece.

       Sinto como se fôssemos amigos de infância. Estranho, mas nunca fala comigo quando nos encontramos na rua. Será que não me reconhece? Ele parece ser tão gente boa – assim penso eu. Sei de tantas coisas da sua vida, a de outras tantas, mas sinto um abismo entre nós, será a internet uma ilusão criada para consagrar a solidão? Ou para inventar uma intimidade falsa, ou melhor, uma identidade falsa?

       As pessoas são mais legais quando estão de frente para a tela de um computador. Acho que o olho no olho é muita intimidação para alguns. Acredito que foi preciso o homem criar todos esses aparelhos modernos de comunicação a distância para perceber que o problema está nos que estão próximos. As pessoas simplesmente desaprenderam a conversar de corpo presente, ou estão nesse processo. É uma pena, por que a risada é muito mais gostosa alta e ao alcance. Compartilhar bons momentos estão a anos luz de compartilhamento de uma foto ou vídeo. As pessoas estão preferindo viver em seu mundinho perfeito na internet, do que enfrentar as variantes do mundo real. A covardia vai ganhando espaço, e a banalidade também. O termo “amar” está tão verdadeiro quanto o sabor morango daquelas garrafinhas congeladas vendidas na praia. A infidelidade está quase na moda, se não fosse politicamente incorreta.

       Ainda tem as pessoas que querem conhecer o seu grande amor no facebook, Não adianta reclamar dos homens que só querem o seu corpo, se é só isso que você expõe. Ou meus caros companheiros, não adianta achar ruim mulheres que só querem o seu dinheiro, se é só isso que vocês mostram que tem. Se você exibe o superficial é isso que vai atrair.

       O que é mais importante? Quantidade ou qualidade? Mentira ou verdade? Aparência ou essência? Você é quem decide. E saiba, você é fruto das suas escolhas. Tanto no mundo real quanto no virtual, na verdade eram para serem a mesma coisa.

NO STRESS

Bum! Eis o barulho que ecoa em nossas cabeças em momentos de turbulência. Tudo está em plena ordem, quando de repente o céu cai sobre nós. Ás vezes com aviso prévio outras não. Mas o que importa, não é verdade?

          Existem situações que põe a prova a nossa capacidade. De reação, de suportar, de administrar, de reconhecer. Algumas coisas dão certo, e outras dão errado. Algumas encontramos a falha, e outras não. Na derrota, amadurecemos. Na vitória, nos enaltecemos. Mas cuidado, aproxime ao máximo o seus pés do chão. O bastante para diminuir os riscos e o suficiente para sentir o momento de tomar impulso. Nem mais, nem menos.

          “Quem sempre quer vitória, perde a glória de chorar.” Assim, como em uma letra de música, eu falo sobre as insistentes pessoas que tem vergonha da derrota. Onde o orgulho impera, o bom senso se esconde. Cicatrizes são importantes para o seu fortalecimento, servem para lembrar o caminho que te trouxe até aqui. Aonde te feriram, como, e o que teve que passar para a sua recuperação. O corpo se transforma, a mente se transforma, você. Mar calmo nunca fizera bom marinheiro. Navegar é preciso, correr riscos também. Só ganha quem perde, só comemora quem batalha, só vive quem tem amor. Só ama quem tem corajem. Tenho dito.
          Entendam: É na adversidade que o verdadeiro vem á tona. Não se enganem, na vitoria todo mundo é contigo. Quem não queria? Não fique triste quando algo da errado. Louvem a Deus, o que ele te mostra com isso é algo sem preço. Tem que ter fé. Tem que ter amor.

Raposa apaixonada


          Preto e vermelho são cores que me acompanharam durante toda a vida, desde que me lembro. Existe algo latente nessas tonalidades que me fascinam e me instigam. Não sei bem o que é, mas de repente, garra e paixão. Força e sangue. Intenso e insano. Rubro-negro. Essa é a minha camisa.

         Esse final de semana assisti ao jogo do Campinense na final do campeonato nordestino. Fazia tempo que não entrava em um estádio de futebol para ver uma final. E ainda mais, com um time paraibano. Sempre admirei as torcidas que são apaixonadas, intensas. Confesso que adquiri um sentimento pelo time do campinense. Pelas cores da sua camisa, pela sua raça em campo, e por a sua torcida. Sou flamengo, desde que meu tio me veio com um palito de picolé premiado, e com a seguinte frase: “Só dou se for Flamengo”. E assim meu coração se decidiu para que time torcer. Meio mercenário, digamos assim, mas na inocência de sua vida, totalmente verdadeiro.

Me deixa um pouco triste o fato de nós, pessoenses, ou pelo menos a maioria, não dar muito valor, ou não acompanhar o Botafogo da Paraíba. Time com uma tradição de encher os nossos peitos de orgulho. Muitos títulos, jogos que entraram para a história, como a vitória em cima de grandes times, como o Flamengo em pleno Maracanã. Acredito que quando se toma o poder por muito tempo, perde-se o interesse fundamentalista do cargo, e a preocupação sempre é em se manter no mesmo. Queria muito ver o Belo em tempos de glória novamente, com uma boa equipe lutando pelo coletivo, pelo escudo. Diretoria, jogadores, e o poder público apoiando. Daria muita alegria para nós.

          O Campinense foi campeão. Ganhou de dois a zero. Foi um jogo bonito de se ver. Os “raposeiros” fizeram o dever de casa e não pararam de gritar um só minuto. É uma sensação inigualável fazer parte do silêncio antes do “viiix” ou do gol. Fico imaginando a emoção que é marcar um gol em um estádio lotado. Não me esqueço nem dos que fiz em peladas com os amigos, imagina em uma final de campeonato com uma torcida explodindo? Sempre aparecem os “figuras”, pessoas que são meio loucas, com alguma estravagância, mas nada fora do comum em uma partida de futebol. Em algum momento percebi as pessoas meio inquietas diante da politicagem que envolvia esse grande evento. Demoradas, chatas e desnecessárias. Solenidades, congratulações para promover alguns figurões. Rolaram vaias é lógico. Aplausos ficaram a mercê dos bajuladores e interesseiros de plantão.


          Hulk, jogador paraibano, que agora está jogando na Rússia, em um dos seus gols pela seleção brasileira, fez uma linda homenagem ao nosso estado. Levantou a camisa para mostrar o seu amor e consideração por suas origens. “100% Paraíba” era o que dizia. Assim eu me sinto, feliz por poder sentir essa energia dos raposeiros, em gritar gol juntamente com esses apaixonados. Ver a alegria de cada um por um título inédito. E na vida é isso que vale, compartilhar a alegria, fazer parte dela, ver que felicidade nada tem a ver com dinheiro e sim com paixão. Valente Raposa. Avante!

O Conde de Monte Cristo


          Muitos conhecem a história de Edmund Dantés. Um marinheiro humilde que sonhara em se casar com uma linda garota chamada Mercedes. Ele foi traído pelo seu melhor “amigo” Fernand, que o armou uma cilada, ele foi condenado a ficar preso para o resto da vida, deixando o caminho livre para roubar-lhe a sua amada. Edmund escapa da prisão, encontra um tesouro, e se torna um Conde, dando início ao seu plano de vingança contra os que o apunhalaram pelas costas. Essa é uma menção a um romance da literatura francesa, “O Conde de Monte Cristo”, escrito por Alexandre Dumas, em 1844, este que também foi o autor de “Os Três Mosqueteiros”, com sua famosa frase: um por todos, e todos por um. Faço alusão a essas obras, pois a primeira nos mostra a natureza destrutiva da inveja e da vingança, e a segunda o sentimento verdadeiro de união e cumplicidade.

          Existe uma história real de um homem sonhador. Roberto Santiago nasceu em berço esplêndido, em meio a muito trabalho, empreendimentos, barulho de máquinas, e muito café. O seu pai, Divaldo Nóbrega, um visionário, que lhe ensinara palavras como, humildade, caráter e família. Como todo homem de negócios bem sucedido, era invejado por muitos, dos quais torciam noite e dia por sua queda. E ela aconteceu. A falência das empresas da família foi inevitável. Segundo Roberto, o maior erro de seu pai era a confiança que depositava em demasia nas pessoas. O que custou caro para ele, um dos maiores empreendedores de seu tempo. Mas, uma coisa era certa: se podia perder dinheiro, mas nunca o conhecimento, a vontade, e os sonhos. Essas foram às ferramentas usadas pelo jovem Roberto Santiago para dar a volta por cima. Começo vendendo terrenos dos outros, depois capitalizado, vendeu seus próprios terrenos. Depois de vender aproximadamente 60 mil lotes e promover alguns bingos, armazenou dinheiro, contou com o apoio do então gerente do banco Itaú, José Dias Filho, e voa lá – nasce o projeto de construção de uma galeria de lojas, ou o MANAÍRA SHOPPING – um empreendimento arrojado, digno de um homem que olha a vida nos olhos, e não tem medo de encarar o seu destino. Mas é claro que surgiram frases do tipo: “Não vai dar certo”, ou “Ele está sonhando alto demais, vai se esborrachar”. Pessoas assim são covardes e pensam que todos nós somos.

          Preciso comentar o desfecho dessa história? Acho que não. O que seria da nossa cidade sem o Manaíra Shopping? Ou melhor, sem um sonhador como Roberto Santiago?

          Vem correndo na internet, histórias deturpadas sobre esse empresário. Desde que me conheço por gente, escuto comentários maldoso sobre ele e sua família. Apenas por ser uma pessoa bem sucedida. Engraçado que essas pessoas nutrem uma inveja por sua riqueza, mas não pelo trabalho responsável por ela. Se pensarmos bem, ninguém é realmente digno de inveja, mas muitos são dignos de lástimas. Não devemos atirar pedras nos filhos de nossa terra, esses que nos orgulham pela sua capacidade de empreender, e de amar ao próximo. Meu pai o conhece bem, e me emociona a forma com que se refere a ele. Assim como o conde de Monte Cristo, a sua família sempre foi alvo de inveja, e diante de tudo o que o acusam, não é capaz de pensamentos negativos contra os que o alvejam, pois como no passado, o pai dissera: “Todos se destruirão por si só, e pagarão em dobro”. E não esqueçam: a inveja é a falta de fé em nós mesmos. Torçam por ele. Lutem com ele. Cresçam com ele. Um por todos, e todos por um.

Sertão, minha admiração.


           Quando olhei a terra ardendo, eu vi mais do que queria. Como se pode viver sem água? Apenas os olhos a conhecem bem, lágrimas se confundem com o sorriso e a fé em Deus. A chuva que decidiu não cair por mais de dois anos, deixando os sertanejos, que sobrevivem em meio a ossadas do seu sustento, ao alento em busca de ar para continuar vivendo.

               Eu perguntei a Deus do céu por que tamanha judiação. Um povo de coração nobre, criado a base de conceitos familiares, aonde se pede benção dos mais velhos, e as crianças aprendem o valor do trabalho duro desde cedo. A enxada é a arma que possuem para cultivar a vida, o suor, e o respeito. Alguns pensam que são pobres coitados, mas são mais felizes do que muitos empresários que conheço.

         Água é riqueza. Nós da cidade, ainda não conseguimos entender o que isso significa, pois a desperdiçamos com frequência. Banhos demorados, torneira aberta, mangueira ligada. Na abundância de água, o tolo sente sede, pois com a sua ignorância não consegue notar a realidade na qual está inserido. Mas, quem mora no sertão conhece exatamente a sua importância para a humanidade. Na escassez de qualquer recurso, se sente a falta devida. Da sua terra. Família. Da sua vida. Pois “inté” mesmo a asa branca bateu asas no sertão. E voou.

          Uma grande polêmica. A transposição do “Velho Chico” irrigaria os lugares mais atingidos pela seca. A obra era para ser entregue no fim do ano passado, mas menos da metade foi concluído, e já custa mais do que o dobro previsto. Nós pagamos essa conta com dinheiro, e os que precisam da água pagam com a vida, dos seus bois e vacas. A sua.

          O sertão. Terra de gente trabalhadora. Querem achar a sua “Rosinha” para casar, ter filhos, e possuir um pedaço de terra para criá-los. Com os pés no chão, que antes era um rio, com o coração encharcado de lágrimas, que antes era fogueira de São João. Carregando no lombo do seu alazão todo o amor pela sua terra e sua origem, e o cansaço de uma vida nem sempre justa, mas simples e honesta. A espera de dias melhores para os nossos irmãos. Exemplos de superação. Figuras da minha admiração.  

A promessa

Meu pai sempre falou que quando eu tivesse o meu filho eu ia entender. Mas o que?

          Quando fiquei sabendo que a minha então namorada estava grávida, fiquei um tanto atônito. Não compreendi o que, de fato, estava acontecendo, e nem em que isso acarretaria na minha vida daquele momento em diante. Foi assustador, mas continuei tranquilo, pois o que viesse pela frente, tinha a certeza que tiraria de letra. Mas mesmo assim, o futuro. Mistério. Sempre.

          Lembro-me quando vi a pequena semente na modernidade tecnológica do meu tempo. Já sentia alguma coisa, mas ainda não sabia o que era. Mais tarde, descobri que era um menino. Que felicidade! Já começava a fazer planos, e o incógnito futuro aparecera em flertes na minha imaginação de prematuro pai. Mãos. Pés. Cabeça. E o coração, pequeno, mas intenso. Batidas muito rápidas, o dele. O meu. A eternidade.

          Logo nos primeiros cinco meses de gestação, um percalço. Flavia, agora minha mulher, com três centímetros de dilatação, o meu pequeno fruto, apressadamente querendo cair do pé. Mas, dificilmente, o seu frágil, mas valente coração, suportaria a prematuridade do seu nascimento. Então, dez dias deitada na cama, e mais alguns remédios para impedir que ele nascesse antes da hora. Mas nada era certo, dúvida dos médicos. Fé. Uma promessa.

          Hoje é uma data muito especial. Ela significa para mim tudo, tempo e espaço. Alfa e o ômega. Vitória e Sucesso. Uma emoção inexplicável. O pensar. O Agir. O transcender. E mais do que tudo, o acreditar. Foi a fé que me trouxe até aqui, e é ela que me deixa firme na vida e nos meus princípios. Hoje cumpri a minha promessa, que era passar um ano sem ingerir nenhuma qualidade de bebida alcoólica caso o meu filho nascesse com saúde. Parece uma coisa banal, mas cumpri-la me faz refletir, o que Deus significa realmente para mim. Parabéns meu filho, por seu primeiro ano, e por me mostrar que você me dá forças para atravessar qualquer desafio ou obstáculo. Te amo, sempre. Minha vida. Seu pai.

          Meu pai sempre falou que quando eu tivesse o meu filho eu ia entender. Mas o que?

          Eu ainda não sei, mas a cada noite que o coloco para dormir, a cada manhã que vejo o seu sorriso, a cada pranto seu que acalento, e a cada troca de olhares, percebo que estou no caminho certo para descobrir a resposta. Eu chego lá.

Falta de respeito, crime!


          Eu sempre defendi a liberdade de expressão. Acredito que todas as pessoas têm o direito de expressar as suas idéias e divulgá-las da forma que lhes convém. Salvo algumas bocas cheias de preconceito, que graças as nossas leis, agora são punidas com os rigores desta. Mas, o que dizer das pessoas que falam e mostram a sua total falta de empatia, a total falta de solidariedade, e a total falta de compaixão? Como pode as pessoas não se sensibilizarem com centenas de corpos de jovens no chão, com famílias desesperadas, e ainda por cima tirarem sarro da situação? Li na web comentários tão pequenos e vazios debochando das vítimas da boate Kiss em santa Maria no Rio Grande do Sul. Adolescentes comparando o acontecido a um churrasco gaúcho de domingo, ou falando que a referida boate é a mais quente do país. Quanta falta de humanidade, irmandade ou qualquer coisa que termine com ade e que promova algum sentimento lascivo fraterno nesse mundo.
          O centro da ignorância está em pessoas que não conseguem se colocar no lugar das outras. Não possuem o mínimo de respeito pelo próximo. Nem por si. É lamentável, mas acredito que os culpados são os pais, por que isso se ensina quando são crianças, pois é à base do caráter de qualquer cidadão de bem. Alguns podem até discordar de mim, mas essa “lição” “passou batida” dentro da casa desses jovens.
          Agora me vem uma questão na cabeça: será que comportamentos como esse não é para serem considerados crime tanto quanto comentários homo fóbicos? Atitudes como essa não ferem a moral das famílias envolvidas? A falta de humanidade deveria ser punido com cadeia, multa e serviços comunitários. O que diferencia uma pessoa negra ser chamada de macaco, de pais de um jovem morto em um incêndio ter o mesmo  chamado de churrasco? São arruaceiros, gente que cospe em cima do luto e no sofrimento alheio. Indiferentes a sua própria natureza. Infelizes.
          Acompanho o caso de Santa Maria, mas o que me chama mais atenção não são os laudos da polícia, ou as investigações sobre os culpados, fatores e etc. Claro que se tem que averiguar isso, para que outros incidentes como esse não voltem a tirar as vidas de outros jovens. Mas direciono a minha importância aos familiares, cada um com sua história, cada um com a sua lágrima. Sua perda, imensurável. Deixo aqui o meu silêncio em respeito ás vítimas, e o meu protesto aos criminosos e desocupados que não conseguem ficar de boca calada. Falam demais por não ter nada a dizer. 

A nossa batalha


          Sair de casa, e ir trabalhar. Todos os dias lavando o rosto nas águas sagradas da pia. Sempre na correria, tentando lembrar-se das coisas que já esquecia. Há tempo de plantio e de colheita, assim, meu pai já dizia.

          O meu suor, o melhor de mim. A cada gota, um trecho concretizado. Um sorriso, pois o prazer aperfeiçoa a obra. Enquanto não se faz o que gosta, se faz o que aparece, uma vez que a diferença de ser bom ou ruim está na interpretação do momento.

          Com a “faca nos dentes”, assim eu me sinto. Perseverar, para que depois não conte a mim mesmo uma história frustrada e amarga sobre a minha “quase” conquista. As quedas são imprescindíveis. Os erros são degraus da excelência, enquanto os acertos são armadilhas da soberba, caso falte-lhe humildade. Quem não sabe perder, não sabe ganhar. É uma verdade que carrego desde criança.

          Ninguém que se entusiasme com seu trabalho tem algo a temer na vida. Encanador, policial, pedreiro, advogado, médico, segurança, artista, porteiro, publicitário, bombeiro, arquiteto, cientista, piloto, motorista, empresário, professor, lutador, recepcionista. Existem muitas profissões, cada qual tentando suprir as necessidades dos outros para viver. Mas não pode ser só pelo dinheiro, para ser completo tem que ser feito com amor, com intenção. Verdadeiro.      

          Motivação. Eis o segredo. Quando queremos agir com o coração, a razão nos mete medo. Mais tarde ou mais cedo, teremos que ter a reação certa, para que então possamos viver por inteiro. Deprimidos são os que vivem no passado, ansiosos no futuro, e os que descobriram o presente são os que vivem em paz.

          A obra da sua vida é como uma casa. Tem-se que colocar pelo menos um tijolo por dia, se assim não acontecer, é um dia perdido. O processo é lento, se tem que entender. A afobação é inimiga. Encare a jornada, com coragem nesse peito e com a cabeça erguida, perca com classe e vença com ousadia. A falta é sentida, mas mude o seu conceito e meça a distância novamente, nada é tão longe quanto parece.

Carta de despedida


           Como todos já sabem, de acordo com algum calendário Maia e com a ajuda de algum estudioso com imaginação fértil, o mundo se acabará no próximo dia vinte um de Dezembro. Então vou escrever aqui uma carta de despedida. Deixar uma mensagem para as gerações pós-apocalípticas.

          É triste ver o fim se aproximando. As coisas começam a não mais fazer sentido, os seus sonhos vão morrendo junto com a sua vontade de acreditar. A força que há dentro de todos nós fica atordoada com a impotência diante desse desfecho incrédulo da realidade. Fico aqui pensando em como está o mundo, as suas ironias, as suas intangíveis verdades, os becos obscuros de maldade, os bosques floridos da benignidade.  Será que já chegamos ao nosso destino? Foi para chegarmos até aqui que fomos criados? Na linha da evolução, estamos na ponta inicial ainda, usamos a força, nos entregamos aos nossos instintos primitivos, compactuamos com o que não queremos, não temos controle algum sobre a morte, muitas vezes vemos, mas não enxergamos, escutamos, mas não ouvimos. Não pode ser o fim. Não acredito que o ciclo da vida se encerre antes de passar do começo. Ainda não aprendemos a amar o nosso semelhante como se deve, o planeta ainda é um lugar sujo de se viver, assim não dá. Nem tivemos a chance de morar em um lugar digno da criação de Deus.

          Uma boa hora para refletir sobre o tempo que não terei com o meu filho. Não o verei  crescer, não poderei mostra-lo o mundo que eu vejo, que eu vi. Não contarei as minhas infinitas aventuras, nem pegarei uma onda ao seu lado. Esse fim não é justo. Deixarei as gargalhadas que daria junto a ele ecoarem pela eternidade de um futuro que não aconteceu. Suas lágrimas se assentariam no apoio dos meus ombros, onde o seu pranto lembraria onde mora a segurança, se o tempo assim permitisse. Ele já sentiu o nosso amor, e por mais que nossos olhos se cruzem pelo canal sublime da nossa ligação, eu precisaria dizer em um abraço que o amo mais que tudo.

          Lembrando do meu filho, vem a minha cabeça o acontecido dessa semana em Newtown, nos Estados Unidos, onde um rapaz perturbado atirou contra varias pessoas em uma escola, sendo que muitas eram crianças. Estas foram atingidas por tiros de fuzil. Quando imagino a violência que essas crianças foram mortas, eu fico na dúvida se esse prognóstico realmente tinha validade. Um dia tocaram fogo em um índio que dormia no meio da rua, outrora tiraram uma vida por causa de um cigarro. A vida não mais tem valor.

          Acho que o fim do mundo é carregado dentro de cada um de nós. Nascemos com a luz, e muitas vezes deixamos as trevas dominarem os nossos corações. Alguns lamentam por toda a fortuna que deixariam no planeta, enquanto outros já sentem saudade das pessoas que ainda não foram deixadas. Muitos desejam o fim. La no fundo. Talvez se todos morrerem ao mesmo tempo, não se pareça covarde por querer isso. Mas a verdade é que a maioria não aguenta mais viver no meio de tanta dor e sofrimento. Agente sente o cheiro pairando no ar. 

          Bom, se você está lendo esse texto agora, é por que o mundo não acabou. Então olha só, ganhamos mais uma oportunidade de virar o jogo. Comece por dar um gostoso bom dia a todos. Fé em dias melhores.

O Sorriso de vênus


            O sorriso de uma mulher pode ser a causa e a solução. Pode ser salvação, e também a perdição. O sorriso de uma mulher quando atinge o ápice da sua envergadura, encanta aos olhos de quem vê e desperta a ira das que reparam. O sorriso de uma mulher em combinação com o seu olhar é uma arma fatal, que se usados com malícia e inteligência derrubam qualquer rei de seu trono e o faz de bobo da corte, mas se usados com amor e cumplicidade elevam qualquer rei de seu trono ao paraíso do seus sonhos.

O sorriso de uma mulher tem o poder do querer, mas também o dom do sarcasmo e da ironia, fazendo com que qualquer explorador se perca no caminho de um lugar que mapa nenhum explicaria o destino. Assim é o sorriso de uma mulher, misterioso e inexplicável. Mas perfeito, como o desabrochar de uma flor. Respeitem-nas, que elas o amarão.

O mundo da voltas


Por mais que muitas vezes achemos que estamos no controle das coisas, a vida sempre nos mostra o quanto nós estamos vulneráveis, e que podemos ser surpreendidos com uma certa freqüência. Sempre achamos que tudo sempre só acontece com os outros, mas isto está longe de ser verdade. Diariamente comprovamos isso.

Qual deve ser a nossa atitude quando alguém que nós temos muito amor e consideração falha com a gente? Assim, falha de verdade, fere o nosso coração. Até que ponto podemos suportar uma traição? Até aonde vai a capacidade de perdoar? Qual é o limite dessa linha tênue entre a amizade e a nossa individualidade!? 

Essas são perguntas que não existem respostas feitas, não existe um padrão para definição. Tudo depende do momento. Do olho no olho. 

Eu acredito na verdadeira reação. Não é o erro que importa, mas sim o seu comportamento depois dele. Todos nós estamos sujeitos a falhar com alguém, até com pessoas que amamos. Bons argumentos nem sempre existem para nos salvar a pele. Pedimos perdão, somos então perdoados, mas o verdadeiro perdão vem com o calo que se forma depois da ferida, isto é, com um tempo indeterminado. Com um conjunto de ações pós-vacilo. 

Mas sabemos que todos nós temos um limite, pois há feridas tão profundas que nem o tempo, nem o amor podem curar. O universo seria pequeno para tamanha mágoa incurável. 

Eu acredito na amizade, acredito em valores e princípios, na família, numa relação eterna entre homem e mulher, acredito no verdadeiro sentimento. Acredito na veracidade dessas palavras e no brilho de arrependimento no teu olhar. Mas deixei de acreditar no sentimento incorrompível, no sentimento indestrutível, no sentimento completamente puro. Pois um diamante bruto demora milhões de anos para ser feito, mas com a intensidade certa apenas um segundo para quebrar. E aí meu amigo... a vida segue.

Take easy my brother Charlie

          
Essa semana que passou foi um pouco triste para mim. Em todo o decorrer da nossa vida, vamos buscando referências, algum sentimento forte que podemos nos apegar, passando por altos e baixos, mas nunca deixando de caminhar. Acordei nessa quarta-feira da semana passada com a notícia que tinha falecido o Chorão, líder da banda Charlie Brown Jr. Um ídolo para mim. Suas músicas acompanharam toda a minha jornada até aqui. Suas histórias recheando as suas letras, com toda a sua batalha, seus sonhos, sua alegria, e sua forma de ver a vida. Infelizmente foi encontrado morto em seu apartamento. Existe um forte indício que tenha sido overdose de drogas, mas acho que foi além disso. Solidão é muito pior. Sozinho na multidão. Quer causa maior que essa?

          Todo mundo tem músicas que marcaram alguma fase da vida, por que é assim que se deve leva-la, com melodia, com ritmo, com leveza. O que seria da nossa história sem uma trilha sonora? A música está sempre presente, não importa aonde se esteja, ela está grampeada aos nossos pensamentos. Ao nosso espírito.
Em momentos como esse é comum às redes sociais se encherem de gente querendo expressar o que sente em relação ao artista. Não é por serem fãs de carteirinha, ou por escutar as músicas o dia inteiro, é somente por que aquela pessoa fez parte da nossa história, de uma forma ou de outra. Alguma música que marcou algum relacionamento, ou que a ajudou a sentir melhor em tempos difíceis. Mas sempre aparecem os “chatos” querendo julgar o seu grau de sentimento pelo artista, ou criticando o próprio. Enfim, querendo sugar sua energia. Ou transformar uma manifestação positiva em negativa.

        Mas alguns ainda foram mais além. E infelizes em seus comentários. O nome dele é Emerson Machado, mais conhecido por Emerson Mofi. Um cidadão que ganha a vida cobrindo reportagens sensasionalistas, e transformando bandidos em celebridades, e se aproveitando da desgraça alheia. Mas esquece que enquanto está entrevistando um “Mofi” tem uma mãe chorando no outro lado da tela. Esse cidadão fez o seguinte comentário numa rede social em relação à morte do cantor Chorão: “Tenho pena de morar em um país onde as pessoas choram a morte de um drogado.” Sinceramente eu não sei nem o que dizer, pois eu tenho pena de pessoas como você Emerson, e torço para nenhum dos seus filhos se envolverem com drogas, pois diante do seu comentário, eles passariam a não valer nada. Um pouco mais de respeito à família do artista, e a todas as famílias que vivem esse drama em casa. Seu irresponsável.

Linda Rosa


Que linda rosa esta ali de prontidão nessa madrugada.

          Queria eu, que mais um sorriso carinhoso me mostrasse. Nesses infinitos olhos de amor incondicional eu mergulho feliz. Sinto o seu conforto, a sua gratidão, e mais ainda, sinto o meu coração bater em uma só freqüência junto ao teu. Sem ruído. Sem interferência. Só você e eu. Um batido tão forte, que ecoaria velozmente pelo universo, batendo às portas do paraíso. Questão de muita sorte tê-la, nem que seja por um milésimo de segundo. Daria a volta pelo mundo para te procurar, só para sentir esse abraço, ou simplesmente essas palavras de conforto, que em um momento de tempestade me ensinou que uma hora cessaria, ou numa tarde quando não conseguisse chorar sozinho, pegaria na minha mão e falaria ás coisas que já sabia. Teria o seu seio para me debruçar e sentir a sua oração repetida em minha alma – Uma criança que nasce nesse mundo precisa de proteção - A sua voz suave me faria caminhar sobre as nuvens de cristais em seu semblante natural. A tua tristeza faria as minhas trevas, enquanto a tua felicidade floresceria em mim como o nascimento da coisa mais sublime que possa existir nessa terra. Viveria a minha vida feliz, se lá comigo estivesse. Dormiria em berço esplêndido, se o mesmo fosse os teus braços. Entenderia se não quisesse me acompanhar em minhas aventuras, mas não hesitaria em te convidar para comemorar as minhas conquistas.

          Eu te enxergo. Percebo tantas coisas que antes eram imperceptíveis. O seu jeito de menina moça, a forma como és feliz. Assim como eu, encara sempre uma nova vida a cada instante, cada ano que passa é uma nostalgia infinita, um desafio - Saudades dessa criança que habita dentro da minha alma, e da que um dia habitou a minha barriga. Meu coração agora é sua moradia - Enfrentaria o mais árduo caminho, negaria a mim mesmo, só para te dizer que sempre estava acordado no seu beijo de boa noite, que sinto uma saudade indescritível do tempo em que pegava em minha mão para atravessar alguma rua. Sei que não sou mais uma criança, também sei que tenho que percorrer o meu caminho de agora em diante, mas deixa-me ficar só mais um pouco aqui no meio da sua cama. Ouvir você dizer que me ama. E pensar no quanto eu te amo. Sempre estarás comigo, pois nos teus olhos vejo os meus.

          Que linda rosa está ali de prontidão nessa madrugada.
- Meu filho, isso são horas de chegar? Você quer me matar de preocupação menino?

Filtrar é preciso


         Nem tudo é o que parece. Nem a beleza da dama de vermelho, ou a inteligência da garota de óculos na biblioteca. O que é superficial não se torna profundo, e é nessa profundidade que temos que mergulhar. Atento as mudanças do cenário, assim tem que ser. Pois tudo muda. Acabar com o vício do achismo, até que se entenda a fluidez das relações.

          Não existe o perfeito, nem o imperfeito. O que existe é a realidade na qual estamos inseridos, sujeitos a várias perspectivas. A minha, a sua, ou a dessa pessoa que agora nos aponta o dedo. Não acredito em histórias que são contadas pela metade com convicção. Não acredite também. Todas são armadilhas, morteiros, não se deixe levar. Não julgue. Desconfie dos que te evitam olhar nos olhos, e dos que se revigoram com veneno. Vítimas da sua própria quimera. Ilusão é o seu foco, covardia é seu escudo, e a discórdia a sua espada. Pobres espíritos acorrentados, não conseguem enxergar a verdade nem que seja esfregada na sua cara. Os cegos do castelo. Os acomodados das masmorras. O bobo da corte.

          Um elogio pode vir disfarçado, assim como um beijo. As entrelinhas podem passar despercebidas, assim como as lições que a vida evidencia. Não ignore uma frase negativa, pois a boca que a declama, é canal de um coração. Este pode bater, mas vida nada tem a ver com isso. Sangue não é vida, ar não é vida, movimentos ou qualquer coisa que caracterize os seus sinais vitais. Vida é luz. Não a malemolência e mesquinhez de certos pensamentos.

          Não temos dom para vítima. Dessa prisão já fomos libertos. Os que ainda não foram, foi por que não acharam a chave dentro do seu bolso.

         Filtrar é preciso. Palavras. Relações. Água. Veneno só te mata se você engolir.

Agenda sem data, e nem hora.


        Não se faz amigos, reconhece-os. Assim já dizia Vinícius de Moraes. É a coisa mais natural do mundo, sem esforço. Se olham, e antes de começarem a falar já sentem a ligação. Assim, começa sempre uma verdadeira amizade. Por que tem que ser, o que o Divino une, nenhum homem pode separar. E não estou falando de pessoas que vivem sempre juntas, que se falam diariamente. Inseparável são as almas que são sempre lembradas por ambas. Inexplicavelmente, estão sempre conectadas. Deve ser por isso que quando se encontram, mesmo que tenham passado longas datas sem se verem, parece que se viram no dia anterior, ou pela manhã. Existe a verdadeira ligação, caso contrário, esse fenômeno não existiria.

          Não existe coisa melhor no mundo que sentir a consideração de outra pessoa por você. Ela só quer a sua amizade, a sua presença. Nada em troca, a não ser sentir o mesmo de você. Nada mais justo. Em um mundo cínico, recheado de sorrisos falsos, e interesses mórbidos, pessoas que impreterivelmente falam de Deus, mas não entendem os seus desígnios, ou pior, vão contra eles, aí que surge algo que vale a pena comemorar. Não é dinheiro, nem um novo emprego, muito menos a queda de algum suposto inimigo. É o surgimento de uma nova amizade. No meio de tanta gente perambulando morta, se acha uma viva. Em meio a pútridos, há essa pessoa. E em trevas, se observa a luz. Existe sempre a esperança.

          Essa semana faleceu um amigo. Márcio Lacerda. Estou triste, me sentindo estranho. Ele morreu de uma forma inesperada. Foi como um flash. Estava com ele a dois dias do seu destino, fazendo algumas provisões para o final de semana, ou para qualquer dia, e pronto. Uma simples queda em sua bicicleta e a ausência de um capacete, foi o suficiente para lhe tirar a vida. Sua alma agora descansa junto ao Pai. Não pude me despedir, e nem pudemos concretizar nada, pois mediante tantas tentativas de surfar, viajar, ou simplesmente dar uma volta no carro escutando Ray Charles, ficou o vácuo de uma programação escrita em nossa agenda, sem data, nem hora. Queria ter dito o quanto gostava dele. Ele tinha o dom de emanar energia positiva com um simples sorriso. Não éramos amigos de infância, nem nunca sentamos em alguma mesa de bar para falarmos dos nossos problemas em busca de consolo. Toquei em um réveillon organizado por ele em 2008. E ali nasceu uma amizade desde então. Poucas às vezes nos encontramos, mas sempre quando acontecia, sabia que Deus estava ali conosco, pois enquanto existir a verdade, ele estará presente. Lamento meu amigo, que deixaste este plano sem antes concretizar os nossos combinados. Você é uma pessoa que valia a pena. E nessa a vida, essa é minha riqueza. Amizade. Vá em paz.

Ele não me representa

           Quando ainda era um jovem de 18 anos passei por uma experiência muito marcante em minha vida. Fui convidado para participar de um retiro evangélico na Semana Santa. De início, achei nada atraente, pois em minha cabeça, os chamados “crentes” eram pessoas chatas, com uma bíblia debaixo do braço, e gritando “Xô satanás”. Mas acabei aceitando o convite, pois imaginei que teria algumas gatinhas por lá. Fui completamente surpreendido. De todas as formas que alguém pode o ser. Naquele lugar senti a real presença de Deus. Minha vida mudou ali, a minha fé se tornou latente na minha alma, descobri que como o vento não o vemos, mas ele está ali. Presente. Vigilante. Intenso.

          Por algum tempo, frequentei a igreja evangélica. Lá na quarta para o estudo bíblico, no sábado no culto jovem, e no tradicional culto dominical. Precisava conhecer mais a fundo minha própria fé. Essa tem que ser trabalhada, assim como os músculos e a mente, o nosso espírito é sempre sedento da verdade. Nem preciso dizer que estava completamente enganado em relação aos “crentes” evangélicos, arrisco-me dizer que vejo mais sentido na paixão do seu louvor, do que no grito de muitos fãs de alguns artistas que estão disponíveis nas vitrines da vida.

          Hoje me sinto uma pessoa muito madura espiritualmente. Participo de missas, cultos, ou qualquer ambiente que glorifique a Deus e o seu filho, Jesus Cristo. Escuto pessoas que falem da importância do amor, da família, das amizades, da nossa indiscutível igualdade neste plano. Todos sangram, choram, sofrem, sorriem, se alegram. Alguns têm dinheiro, outros amigos, e assim a vida segue o seu rumo. Hora de plantar e  colher. E tudo que você emana do seu interior, retorna de modo perfeito, com a mesma intensidade. É simples. Assim eu creio.

          Então, não tenho tempo para ficar dando importância ao que o Deputado Marco Feliciano fala. Ele envergonha os verdadeiros cristãos. Diante de tanta baboseira, a única coisa que me preocupa é ele estar à frente da Comissão de Direitos Humanos. Para uma pessoa que afirma que os negros são azarados, e amaldiçoados. Um homem que diz que os três tiros disparados contra o ex-líder dos Beatles, John Lennon, foi em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Um “pastor” que entende que os milagres de Deus estão condicionados ao número da senha do meu e do seu cartão de crédito.  Esse cara não pode estar em uma posição de representar-nos. Ele não me representa, não representa a Deus, ele representa os seus próprios interesses. Talvez o circo, com tanta palhaçada que faz em suas pregações. O evangelho nada tem a ver com esse homem, por favor não generalizem. 

Com PEC ou sem PEC

              
Essa semana entrou em vigor aos novos direitos dos empregados do lar. Lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras, jardineiros, caseiros e Motoristas, serão beneficiados com as novas leis trabalhistas. Nada mais justo que proteger esses profissionais, evitando qualquer tipo de exploração ou humilhação, coisa que sabemos que acontece em vários lares brasileiros. Felizmente, educação não se disfarça com roupas caras.

Temos que cada vez mais valorizar esses empregados. São eles que fazem o que comemos diariamente, cuidam dos nossos bens mais preciosos. Existe preço para uma pessoa que cuida dos seus filhos com total amor e dedicação? Qual é uma remuneração justa para um serviço como esse? Muita responsabilidade está incumbida nessa tarefa. Você trocaria toda a sua fortuna pela a saúde e o seu bem-estar do seu filho não é verdade? Pois é...

Passei quatro anos morando em Brasília, e nunca contratei uma diarista. Fazia todos os afazeres domésticos. Cozinhava, fazia a faxina, lavava e passava todas as minhas roupas, essas que antes de eu instalar a máquina, eram lavadas na mão mesmo. Eu vivenciei muitas das dificuldades que esses profissionais passam diariamente, serviços que são exaustivos por natureza, mas tinha uma diferença, eu não tinha patrão, e fazia por mim exclusivamente. Eu sempre fui uma pessoa que sempre valorizei essas profissões, mas depois da minha experiência, agora sou fã. São guerreiros, pois, ele também tem a sua própria casa para limpar, seus filhos para arrumar, e suas próprias roupas para lavar e passar. Eu realmente os admiro.

Vera Lúcia é uma mulher que chegou em minha casa há 35 anos, cuidou de mim e dos meus dois irmãos, hoje é cozinheira e governanta. O amor que tenho a ela é o mesmo que tenho a minha mãe biológica. Não consigo nem pensar num valor justo de um salário para ela. Essa mulher fez e faz a diferença na minha vida. Um salve para todas as pessoas que trabalham verdadeiramente com amor. Sejam de casa ou de escritório. O que importa é fazer a diferença.

O Ministro da Justiça. Literalmente.

Como se mede o verdadeiro caráter de um homem?

Um moribundo uma vez falou que para conhecer o verdadeiro caráter de alguma pessoa, se tem que dar poder a ela. Como ela se comportaria no alto escalão de um poder ilusório. Seria grata as pessoas que um dia a ajudaram? Trataria como igual desde o faxineiro até o presidente de qualquer país? Esqueceria-se das pessoas que o amam pelo que ele é e não pelo que ele possui? O poder meche com a cabeça de muita gente. Resistir às tentações da soberba, do dinheiro sujo e fácil, e da relutância de qualquer complexo de inferioridade que por ventura tenha também. Para mim, qualquer pessoa que tenha teoricamente algum poder nas mãos e se sobressaia das suas armadilhas, é digno. Do meu respeito. Da minha admiração. Do meu amor. E é só o amor que constrói para a eternidade, costumava dizer esse moribundo.

Um menino nascido em Itabaiana, que se tornou advogado, que gostava de escrever, tanto que se assumiu jornalista, dentre outros tantos outras funções, como a de professor de literatura do Lyceu Paraibano. Mas gostava de gente também, e sabia lidar com o poder como poucos. Foi prefeito, deputado, senador... soube filtrar as suas companhias, assumiu a liderança na Câmara dos Deputados no governo do então presidente Juscelino Kubitschek, e posteriormente a pasta da Justiça do Presidente João Goulart. Nunca aceitou ser peça de qualquer tabuleiro em esquemas sujos. Não aceitava “presentes” dos figurões. Estes que diziam que morreria pobre. Esse moribundo morreu com pouco dinheiro, mas o bastante para manter algo que é artigo de luxo na humanidade. A honra.

Quando firmei moradia em Brasília, conheci inúmeras pessoas envolvidas com política. Trabalhei na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Uma das amizades que fiz por lá foi o sobrinho de Jorge Bastos Moreno, um dos mais importantes e respeitados jornalistas políticos do país. Escreve para o jornal O Globo. Ele, uma celebridade. Muito bem relacionado, lembro que no dia anterior visitava a sua casa a presidenta Dilma Rousseff. Amigo íntimo de grandes artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento, entre outros tantos. Confesso que era um tanto arrogante, não dava muito espaço para nós, amigos de seu sobrinho. Então me aproximei e perguntei: “Você já ouviu falar em Abelardo Jurema?” Ele no mesmo momento, me olhou com uma cara de espanto e perguntou: “O ex-ministro da justiça? O que você é dele?” Quando respondi que era neto, ele se levantou do sofá e fez um discurso que me encheu os peitos de orgulho e emoção, e deixou os meus amigos presentes atônitos, pois não esperavam uma reação daquele homem que antes era tão ríspido. Não me lembro de todo o discurso, mas tem uma parte que nunca esquecerei. “O seu avô foi o maior representante da democracia que tive o prazer de conhecer. Uma pessoa íntegra, sincera como poucos. Sua inteligência e simplicidade era admirável. Se eu conversar com alguns amigos políticos, que estive com o neto de Abelardo Jurema em minha casa, falarão exatamente isso que te falo agora. Você trabalha no Senado? Então entre no gabinete dos senadores mais antigos e se apresente, que será muito bem recebido.”

Como se mede o caráter de um homem? Pelo seu legado.

Só mais um segundo


         Que saudade de você meu amigo. Quantas aventuras passamos juntos. Fecho os olhos e lembro da sua alegria, da sua fidelidade. É incrível que nunca disseste uma só palavra, e eu sempre o entendi. Em momentos únicos de nossa história, só eu e você, desabafando os desafios da vida, consolando um ao outro. Para sempre lembrarei de seu olhar, nele se via a sua admiração por mim, o que me fazia me sentir tão especial e privilegiado por fazer parte de algo tão verdadeiro. Parece que foi ontem quando o vi pela primeira vez. Nos reconhecemos ali mesmo, em um passe de mágica, você preencheu um espaço no meu coração que estava reservado para algo de suma importância. “O preferido”, era assim que o chamavam. Mal tinha nascido e já conquistara o coração de todos da casa. E foi assim que veio até os meus braços.  Depois de pouco tempo, comecei a notar algo estranho. O meu parceiro estava emagrecendo, não queria comer, e não pulara mais de alegria. Estava doente. O que me deixou muito preocupado, pois ali, já fazia parte de mim. Foi internado, tomou soro, e mais uma “porrada” de remédios. As chances eram poucas, mas a fé me confortava. O visitava três vezes por dia, quando ia ao colégio, quando voltava, e a tarde. Já era visível o seu apego, pois quando dava as costas para ir embora, era alto os seus gemidos. Mas depois de quinze dias, ele teve alta. Que felicidade! Ele estava ao meu lado novamente com a mesma alegria e disposição de outrora.

          Éramos como unha e carne. Sempre estava a me esperar em casa, quando chegava de carro, era comum às batidas do seu rabo na lataria do automóvel. Fantástico, nem o conseguia ver ainda e já me fazia sentir muito feliz. Respeitava-me tanto que nem levava coleira quando ia passear, era só dar um comando que ali aos meus pés permanecera. Não teve adestramento nenhum, apenas amor. Ele era um cão da raça Pitbull. Esta temida por uns, odiada por outros, e amada pelos os que entendem que tudo é fruto de um plantio. Quando ele tinha quatro anos, tive que me mudar para Brasília. Ele não aguentou de tristeza, fugiu, coisa que nunca antes fizera, e morreu as margens da BR-230.

          Muitas pessoas me falam que não gostam de criar cachorros, pois se apegam demais, e acham que é sempre muito triste vê-los partir. Mas como ser covarde ao ponto de deixar de viver algo tão grandioso com medo do fim? Sinto falta do meu amigão. As vezes me pego chorando pensando nele, em como ele era especial. Será que sou só eu, ou todo mundo que já amou e perdeu um bicho de estimação, deseja nem que seja um segundo ao seu lado? Alguns não estão nem aí com animais, mas a minha tia Rosa deixou essa semente em mim antes de partir: o amor e respeito por todos eles. Obrigado.

Torcedor, prazer.


          Não é por querer vitória. É por querer vontade. Uma paixão fulminante que domina esse querer.  Por prazer, alimento as expectativas, viajo nos meus sonhos, e entendo que tudo pode acontecer. As batidas do meu coração me ensinam a amar, os meus olhos a admirar, e a meu grito me mostra o poder. Sentado, em pé, pulando. Assim, não me noto um bobo, minha energia na mais alta tensão da alegria. De ser quem sou, e assim, viver.

          Isso não é herança de família. Meu pai não gostava de torcer, nem de ver. Vivendo e aprendendo, assim eu entendi, quando as lagrimas caíram do rosto daquele homem, um senhor com um rádio no ouvido que mal tinha o que vestir, mas se via a felicidade em seu sorrir.  Perguntar o que acontecera não ia adiantar. O que importa? É campeão. Um clima bom no ar. Não esqueço, o senhor parecia flutuar. Eu quero isso.

          Torcer é como uma bomba prestes a explodir. A euforia de um namoro adolescente. A alegria de uma criança antes de pegar em seu presente. É o lançamento de um foguete sem contagem regressiva. O momento em que você descobre em que lado você está, qual o time que se vai acomodar em seu coração, é um dia inesquecível na vida de um torcedor. Parece futilidade. Algo descartável. Mas nenhuma paixão o é. Tudo que produz alegria é essencial para esse mundo.

          Então, se existe tanto fervor, por que não se tornar um jogador? Treinar, se dedicar, se juntar aos onze guerreiros em campo para fazer parte da frente de batalha, parece muito tentador. Mas não. Algo no olhar daquele senhor, de quando eu era criança, foi quem fez eu pensar em futebol com amor. Eu entendo perfeitamente o meu papel. Nós não somos o motor, mas a gasolina. Não somos a locomotiva, e sim o vapor.  O impulso. A chama flamejante de uma faísca no inflamável. O agente inspirador. O motivo do furor. Prazer, torcedor. 

As máscaras que caem


          Eu não queria que assim fosse. Nada mais. Fica tudo sem sentido, sem aptidão para o real. Olhos que evitam me olhar, epa! A boca que se abre, e nada me diz. Tentar entender é o que me resta, desprezar? Com certeza, me calar? Nunca.

          Cartas na mesa! Assim, eu exijo! Esvazia os teus bolsos! Nada mais tens aí? Vamos, não se acanhe! Mais um pouquinho de seu veneno, sua cobra dissimulada. Sua palavra já não me ilude, seu discurso cínico já te contradiz antes mesmo de você o fazê-lo. E agora? Contra fatos não há argumentos. E contra você, a verdade.

          As máscaras possuem elásticos frouxos, são tendenciosas a cair. Fazer os alguns de idiota às vezes é possível, mas não à todos o tempo todo. Então mostra a tua cara, porque mesmo sendo uma pessoa falsa, assumindo, terá uma identidade. Com a sua máscara, nem existirá, inclusive para você mesmo.

Ter amigo é ser rico


          Amigo não é qualquer um mortal. Não se acha em qualquer esquina, ou disponíveis em vitrines de lojas. Não adianta procurar esse amigo. Não adianta querer, nem favorecer, presentear, nada disso, ele está além. O amigo se dedica, se entrega, se importa, tudo isso sem querer nada em troca, apenas a reciprocidade. Muitas pessoas com o tempo vão deixando de acreditar na existência de algo tão puro e verdadeiro. Estão sofridas. Tantas decepções, desilusões, acham que você será mais um a decepcioná-la, ou simplesmente aprendem em casa que não existe essa tal amizade, que é cada um por si, e que não se pode confiar nas pessoas. O amigo se mostra naturalmente, sem razão, condição ou explicação, ou tudo isso combinado, mas sem o menor esforço, talvez um pouco, para eliminar qualquer tipo de preconceito, pois está aí o grande vilão de verdadeiras “amizades em potencial”.

          Um amigo só está feliz, se você também estiver, chora e ri contigo, te segura diante de qualquer abismo e fala que, se cair, cairá os dois, mas não soltará jamais a tua mão, é esse tipo de amigo que eu conheço. Olhar e pensar em todas as situações possíveis e não achar nada que ele não faria por você. Passar anos sem se ver, sem se falar, mas de repente se encontram e é como tivessem se visto no dia anterior. Amigo que é amigo está feliz só em saber da sua existência, independente de qualquer outra coisa. Amigo também fala “eu te amo”, também sangra e também erra, mas nessa jornada da vida o que vale é a humildade, porque se for amizade, ele fará o possível e o impossível para se redimir. 

          Conseguir reconhecer um irmão nesse mundo tão cruel e cínico é um dom, uma dádiva de Deus, uma das mais sagradas para mim. Agradeço, pois como diria um amigo meu “Sou feliz porque tenho mais amigos que as minhas mãos podem contar”. 

Amigo, o maior riqueza.

A certeza


Eu estou tão feliz. Eu nem sei explicar o por que. Acho que é por ter a minha família unida e presente na minha vida. Ou, por perceber que um amor verdadeiro entre um homem e uma mulher é capaz de existir, e que o casamento só é um instituição falida para quem não o entende e o faz pelos motivos errados. Devo der feliz por fazer parte de um equilíbrio, impossível de ser entendido, apenas sentido e resolvido com uma incógnita chamada amor, refletida em teus carinhos.

Sou feliz, por minhas lembranças em você, pela minha vida em sua vida, e seu olhar na minha jornada. Existe um parâmetro para tudo isso, a sua inconfundível risada e seu bom humor para com todos. Se um dia estiver triste, não exitarei em fechar os olhos e lembrar dos tempos que dormia de mãos dadas contigo.

Felicidade não é mais a minha dúvida, é minha certeza. Tu és a fonte. Te amo mãe.

Negócios a parte


          Você é dono de uma empresa, um parente te pede um emprego, o que tem relevância? Seu currículo ou o seu parentesco? Dividir o aluguel com um amigo é a melhor opção? Tenho que demitir um parente. E agora? Meu sócio é meu melhor amigo, isso é bom?

          É muito comum se ver um parente sendo chefe de outro em algumas empresas, ou amigos dividindo o aluguel ou sendo sócios nos negócios. É uma situação inicialmente confortável e promissora, pois sabemos da procedência de parentes e de nossos amigos, existe uma relação de confiabilidade, e acreditamos ser uma ótima idéia trabalhar ou dividir as despesas com pessoas queridas, principalmente se existir uma amizade mútua. Mas existe algo a ser pensado. E se o seu amigo ou parente começar a confundir as coisas? Intimidade e profissionalismo às vezes é uma combinação perigosa para os negócios. E se essa pessoa se mostrar um péssimo funcionário? Se, de repente, não condizer com o perfil da empresa? Ou estiver atrasando os trabalhos? Pois é, o que no início parecia uma boa ideia, agora já não é tão interessante. E agora? Poderá tentar conversar, mostrar o que está errado. Ela fala que vai mudar, e o tempo passa, e nada. Pronto, vai ter que demitir, o sonho se torna pesadelo. Como fazer isso sem prejudicar a relação afetiva?
          Na maioria das vezes as pessoas acham que estão certas; humildade é jóia rara nesse mundo, precisando do emprego então… Não tem outro jeito, se coloca o coração na gaveta e se age com a razão. O mesmo vale para uma eventual sociedade, tanto empresarial quanto num simples racha das despesas de casa, são poucas as que prosperam, e também são poucos os que permanecem amigos. Quando a irresponsabilidade financeira de um mexe com o bolso do outro as coisas complicam. Dinheiro é divisor de águas. E de relações.

          Só existe uma forma para esses casos obterem algum sucesso: Usando o velho bom senso. Saber separar as coisas, é o primeiro e mais difícil passo. No âmbito de trabalho deve enxergar-se como qualquer outro funcionário. Ter horário e tarefas a cumprir, salário a receber, e contas a prestar. Ponto. Em uma sociedade, ter responsabilidade, e honrar o que foi pré-estabelecido. Sem mais nem menos. Tem que deixar claro desde o início do compromisso. Ter palavras firmes e coesas fazem toda a diferença na hora de passar as ordens.         

          Ter uma comunicação sempre transparente e sincera quando se envolve dinheiro e compromisso é a chave de uma duradoura e firme parceria. E por que não, amizade.

O segundo


Durante os anos de 2008 a 2011 trabalhei como assessor parlamentar no Congresso Nacional em Brasília. Passei um ano na Câmara dos Deputados, e quase dois anos no Senado Federal. Conheci um mundo novo, acompanhei de perto situações das quais só assistia pela televisão. Achava que a política brasileira era muito corrompida, quando cheguei lá vi que muito era pouco, e que ética era uma palavra estranha para a maioria. Falei maioria, não todos. Existem os que ainda lembram o que significa honra. Exemplo. A palavra. Caráter. É difícil identificar essas pessoas, até porque nós sabemos que até o cidadão chegar ao seu mandato de deputado federal ou senador, ele percorreu um longo caminho de campanhas milionárias, pois dificilmente se chega ao poder de outra forma. A concorrência é acirrada. Discurso de honestidade e voto consciente não ganha eleição, quem já trabalhou em alguma campanha sabe disso, tem que ter dinheiro. E muito.

O caso do ex-senador Demóstenes Torres me deixou muito decepcionado. Fiquei triste, pois sou um brasileiro que tenho esperança em dias melhores na nossa política, e acompanhava a atuação do então ex-senador. Colocações firmes e brilhantes. Uma das poucas vozes ponderadas da oposição e do Senado. Uma verdadeira referência, quando o assunto era “ética”. Foi Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante Comissão da casa, além de Procurador-Geral, Delegado de Polícia e Secretário de Segurança. Uma peça aparentemente ideal para combater a sujeira instalada no Congresso. Mas não. Se envolveu com um dos grandes mafiosos do nosso país, e cedeu as tentações. Dinheiro. Poder. Desonra.

Talvez se o então ex-senador não tivesse pagado de bom moço, e não tivesse apontado o dedo na cara de tanto parlamentar envolvido com sujeira, ainda teria o seu mandato. Por que os canalhas “tímidos” e “assumidos” possuem mais amizades dentro da casa. Demóstenes Torres foi o segundo senador cassado na história do país. Só não houveram outros, por que renunciaram o mandato.


Em seu discurso pediu perdão, ao senador fulano, senador beltrano. E quanto a nós? Brasileiros, que depositamos as nossas já escassas esperanças em você Senador, não merecemos o senhor de joelhos pedindo perdão? O seu discurso final meu amigo, deveria ser feito olhando diretamente para as câmeras, ou seja, para nós. Talvez assim, você ganharia o nosso perdão. Que em minha humilde opinião é muito mais importante nesse momento.  

Eu caso sim


          Quem quer um casamento perfeito levante a mão. Ou viver em um mundo onde tudo é do seu jeito também. É claro que em uma relação a dois, o individualista nunca conseguirá êxito. O iludido achar que existem pessoas sem defeitos, ou que nunca mudam, ainda vai se decepcionar muito.

           É engraçado conhecer mais a fundo as pessoas, nas amizades, por exemplo, por mais longas que sejam, não se conhece totalmente o outro, existe sempre pequenos detalhes da sua personalidade que ficam escondidos. No casamento é diferente, por se dormir e acordar todos os dias ao lado do outro, se compartilha praticamente todos os momentos, até os mais banais, assim é mais fácil perceber certas características, quando as guardas espontaneamente estão baixas. Mas mesmo assim, podemos ser surpreendidos por ótimas atrizes ou atores. São altas as taxas de divórcios, raros são os casais que perpetuam. Talvez por que procurem qualidades erradas no mercado, ou se distraia facilmente com superficialidades. A verdade é que é tanta gente solteira falando mal de estar casado, que somos compelidos a pensar que o matrimônio é a forma errada de se viver. O que discordo, com absoluta certeza.

          Sempre me ensinaram a lutar pela a unidade da família. Que as melhores coisas da vida exigem muito sacrifício, mas quando se consegue se obtém a glória. Se ta muito fácil, desconfio do valor da questão. Mas ser difícil não basta para se mostrar que vale a pena. Existem qualidades e defeitos em todas as pessoas do mundo, saber enxergar todos eles mesmo assim, é a prova de quem conhece e ama quem está ao seu lado, pois uma relação assim está baseada em valores. É diferente. É firme. Está construído sobre a rocha e não na areia.

          Li em uma revista uma matéria com um empresário que trabalha com um site de encontros feito para pessoas casadas ou comprometidas que desejavam trair com a maior descrição possível. Entre outras coisas, falou que a traição salva casamentos, o que não entendo, pois acredito que quem trai não admitiria o ser. Então, está salvando o casamento para quem? Quando foi perguntado se ele usa o serviço que oferece, ele disse que não, pois sua esposa nunca o deu motivos para tal. Ele vende um serviço no qual não acredita no seu benefício. Eu acredito no casamento, pois assim fui ensinado, não só por palavras, mas por exemplos. Já traí e fui traído, nas duas ocasiões não vi mérito, apenas ônus para a minha vida. Na bíblia fala que se você não consegue controlar os seus instintos, não se distingue em nada de um simples camelo.

          Um amigo próximo que acabou um relacionamento longo à pouco tempo, me falou que quando se está solteiro, se percebe o quanto o mundo é grande, e eu disse quase que de imediato que num mundo cada vez maior se sentir sozinho no meio da multidão era quase que certo. Ele concordou em silêncio, seus olhos falaram por ele. Então, estar solteiro é ótimo, mas encontrar uma companheira para caminhar junto, e construir uma família, é essencial.

Ter fé


        Sempre achei que ter fé era a mesma coisa que ter religião. Escolher. Viver de acordo. Eu não entendia, simplesmente seguia os meus pais em suas crenças. Mas o tempo passa e nós vamos criando as nossas próprias convicções, procurando sempre um caminho que se enquadre em nosso conceito do real. Acreditar. Como vento, sei que existe, mas não posso ver.

          Nós não nascemos com fé, isto está relacionado com maturidade, com construção.  Eu não posso achar que sou um homem de fé, eu preciso saber disso. Eu tenho que busca-la, da mesma forma que procuro o ar quando estou sufocado.  A fé é intrínseca, isto é, de dentro para fora, ela precisa de uma base muito forte de sustentação, uma fonte que a alimente, e um coração firme, que a proteja.

          Todos nós acreditamos em algo. Até os que dizem que não acreditam em nada, em alguma situação contam com a esperança. Esperar que algo aconteça, é ter fé. Querer que os seus filhos cresçam e se tornem boas pessoas, é ter fé. Ver um amigo muito doente, e torcer para que se recupere, é ter fé.

          Eu não estou aqui para falar de religiões. Eu tenho a minha, e não julgo ser mais importante do que as outras. Acho que cada um segue o caminho que parece certo. Acredita no que quer, e vive a sua vida de acordo com os parâmetros de seus valores. Precisamos é olhar mais para o céu, para o infinito, para notarmos que existem coisas mais importantes do que as coisas que fazemos todos os dias, notarmos que não existem certezas absolutas das quais muitas vezes nos gabamos em pensar saber. Que independente da religião A, B ou C, todos buscam uma mesma resposta, pois no final das contas a fé é o que importa.


          A fé é um estado de transformação. É íntimo. Pessoal. Só posso falar por mim. Tive experiências maravilhosas em que consegui compreender o que isso significa. Sou feliz por sentir a existência de um algo mais. Algo que está no amor entre pai e filho, que está em um sorriso de uma criança, em um abraço entre irmãos, ou num simples amanhecer. Como o vento, sei que existe, mas não posso ver. O essencial é invisível aos olhos.